segunda-feira, 30 de junho de 2008

O pôr-do-Sol em Salvaterra...

Aqui neste recanto
Mesmo no extremo de Portugal
Existe o mais lindo encanto,
Um pôr-do-Sol como não há igual.



Tantas vezes o admiro
Se as nuvens o não escondem
Foi por mãos divinas pintado
E a meus apelos parece que respondem.



Nunca viste nada assim
Um completo deleite para a alma
Só de observá-lo nos sentimos
Em harmonia, paz e calma.



Cores deslumbrantes,
No mais lindo entardecer.
Com ele vem a melancolia
Que nos faz no tempo perder.



Na memória ficaram meus avós
Que sempre nos acolhiam com ternura
A eles dedico estes versos
E estas imagens de candura.



Nunca vos disse que vos amava
Só para mim guardei certos pensamentos.
Acabaram por ir embora
Sem saberem de meus sentimentos.



E hoje olho o pôr-do-Sol
Sol que se encontra quase posto
Aqui no mesmo quintal
Onde meus avós o viram exposto.



Não há maior fascínio
Que esta maravilha solar
Todos a podem ver
Mas só alguns, seu coração tocar.



Amanhã pela tardinha
Nos voltará a deslumbrar
Peço a Deus muitos anos
Para o poder sempre contemplar.



Meus olhos se encherão de fogo
Com o enorme disco solar
E meu coração encontra a paz
E de novo, me fará sonhar…

Cristina R.

Todos os direitos reservados para as fotos e o texto. Proibido a sua publicação por inteiro ou parcial.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um pouco do que podes ver...

Durante séculos, a aldeia de Salvaterra do Extremo foi uma vigilante atenta da Raia, em despique diário e directo com a fortaleza espanhola vizinha de Peña Fiel.

Foi também centro de "grandes senhores da terra". Aos poucos perdeu vitalidade, mas permanecem imensos factos e valores que justificam uma visita.

Logo à entrada de Salvaterra do Extremo fica a Capela da Nossa Senhora da Consolação (que terá livrado o povo de uma praga de gafanhotos).

Em sua honra, todos os anos se realiza o Bodo, grandiosa festa que põe à disposição dos visitantes um abundante repasto (no segundo Domingo após a Páscoa).

Bem perto, atente-se no Aqueduto, com um grande chafariz (encimado pelas armas da coroa real) e uma cisterna.

Já na povoação, repare-se na bem conservada Casa da Câmara e na sua Torre Sineira (de onde se avistam largos horizontes); na Igreja Matriz (com o seu altar de talha dourada); as ruas típicas, onde as casas senhoriais alternam com casas modestas de portas de postigo; e na Casa do Sardão. Nos dias ensolarados podem ver-se mulheres a trabalhar nas rendas locais tradicionais (de duas e cinco agulhas).


Nas proximidades do aglomerado, na direcção do rio, vale a pena ver: as ruínas da Capela de S. Pedro; a fantástica Calçada Romana que, através de um aprazível percurso por entre muros e olivais nos leva até à praia fluvial e às azenhas do Erges; as furdas, tradicionais pocilgas construídas em pedra, de forma cilíndrica (como as que existem junto à Calçada Romana).


Finalmente, sugira-se uma visita às gargantas do rio Erges, entre Salvaterra do Extremo e o castelo espanhol de Peña Fiel, com fragas admiráveis como as da Fonte de Ribeira, do Salto da Amendoeira, do Saltinho, do Lajoeiro e do Salto Grande (sobretudo esta última que é um verdadeiro mirante). É o domínio das águias-reais e de outras aves de rapina que, lá do alto, espreitam as brincadeiras das lontras no rio.

Outrora, foi também domínio de contrabandistas e destemidos aventureiros, cuja memória e histórias vale a pena recordar nas memórias ainda vivas dos poucos habitantes que restam actualmente nesta vila...

Salvaterra do Extremo...


Situada junto da fronteira com Espanha e de origem muito antiga, Salvaterra do Extremo foi um reduto fortificado pelos romanos e pelos árabes. Seria, posteriormente, sobre estas ruínas que D. Afonso Henriques mandaria construir o castelo.
D. Sancho II atribui-lhe, em 1229, foral.
Existiu como concelho até 1855, altura em que foi anexada ao concelho de Idanha-a-Nova.
Das regalias municipais de outros tempos, conserva como testemunho, o pelourinho pois, do seu castelo e fortaleza já nada existe.Relativamente à actividade económica da vila, encontram-se documentos alusivos à exploração mineira (volfrâmio, chumbo, estanho e ouro) mas actualmente esta indústria deu lugar à pastorícia, agricultura de subsistência e ao comércio.À semelhança de Monfortinho, Salvaterra do Extremo tem como padroeira Nossa Senhora da Consolação e na 2ª feira de Páscoa e desde 1905 realiza o tradicional bodo, festa de abundância e alegria, em sequência de uma promessa ancestral (de Nossa Senhora proteger as searas de uma violenta praga de gafanhotos). Após a missa e procissão, centenas de habitantes e espanhóis confraternizam no recinto do bodo, onde são servidos, gratuitamente, pratos típicos de borrego e vinho à descrição.Toda esta freguesia tem um encanto especial. As pessoas são afáveis e hospitaleiras, pelas ruas encontramos pequenas maravilhas como: a casa dos Sardões, o poço em forma de meia lua, a Casa da Câmara e a torre sineira, as casas típicas de xisto, as cegonhas no campanário e as interessantes pocilgas de granito em forma cilíndrica. Não perca ainda a oportunidade de efectuar um passeio pedestre pelas fragas do Erges e pela calçada romana próxima da praia fluvial e das azenhas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

O objectivo deste blog...

Este blog será dedicado a uma pequena aldeia, num dos extremos de Portugal.
Terra de meus antepassados, terra de muitas histórias, terra de tradições e gente boa...
Se quiseres poderás deixar aqui também, o testemunho da tua terra.
A intenção é "viajar cá dentro". Dar a conhecer as vilas, aldeias, cidades bonitas de Portugal, e seu ríquissimo património...