sexta-feira, 7 de maio de 2010

O pelourinho de Salvaterra do Extremo:

Este texto é a minha contribuição para a blogagem de Maio do site http://aldeiadaminhavida.blogspot.com/, que tem como tema: “este mês, vamos ao Museu.”
Como a minha vila não possui um Museu, porque toda ela é um Museu aberto ao ar livre, onde cada pedra da calçada, de um muro ou monumento conta uma História longínqua, vou falar do monumento que melhor caracteriza qualquer vila, ou seja: o seu pelourinho.
in Dicionário da História de Portugal temos o significado de pelourinho: “coluna de pedra colocada em lugar público, de cidade ou vila, e na qual os municípios exerciam a sua justiça. Era o distintivo da jurisdição de um concelho e da sua autonomia judicial (...) Eram edificados na praça pública. Os delinquentes eram amarrados à coluna ou suspensos por baixo dos braços às argolas, ficando alguns palmos acima do solo, sendo posteriormente açoitados ou mutilados.”
E perante isto, dou comigo a pensar: esta coluna de pedra silenciosa, afinal se pudesse falar, muito teria que contar…
Situado na Praça da vila, defronte do antigo edifício da Câmara e Torre do Relógio, este pelourinho, que tem resistido à passagem do tempo, data do século XVI, por altura do reinado de D. Manuel I, por altura dos Descobrimentos marítimos…

Não é por ser da minha vila, mas é dos mais bonitos em Portugal e com tanto significado nele inscrito.


Segundo a Monografia de Salvaterra do Extremo: “ apresenta a configuração de um septro formado por uma coluna de pedra oitavada da altura de 3 metros, bem trabalhada, a qual finge atravessar nessa altura, um anel de pedra que sobre ela assenta e termina gradualmente oitavado em espiral, formando um facho com balas onde ainda em cada uma das 8 estrias, semelhantes a metralha, que sai da boca de um canhão.


À semelhança do ceptro de El-rei D. Manuel I, o anel apresenta na nascente um escudo com esfera armilar nela esculpida; ao poente, outro escudo com a Comenda da Ordem de Cristo; ao norte outro escudo com a Cruz da Comenda da Ordem de Aviz; e ao sul ainda outro escudo com as quinas portuguesas.


Tanto na parte superior como na inferior do anel, vão 2 cordões em roda com a flor de liz e barcos de canhão e ao centro, a entrelaçar os escudos, um cabo de navio, tudo lavrado em relevo na pedra.
A esfera e o facho – representam Ciência e Progresso.
As balas e bocas de canhão – o Exército
O cabo do navio – a Marinha
As quinas – o Rei
A cruz de Cristo – o Clero
A cruz de Aviz – o povo, como cavaleiro que foi nos seus tempos primitivos.
Encerra, pois, o pelourinho de Salvaterra um alto conceito, próprio para um povo da raia, fronteiro a Espanha, o qual pode dizer de cabeça levantada que aquela pedra diz Ciência e Progresso, Exército e Marinha, rei, clero e povo que, unidos lutaram sempre pela independência de Portugal, com honra e glória imortais…”
Por isso meus amigos, comecem a observar com mais atenção os pelourinhos por este país espalhados, pois tocar na sua coluna, é tocar pedaços de História, para sempre na pedra gravados.

11 comentários:

Guida Simão disse...

Parabens, muito bem explicado e interessante.
Voltarei.
Boa semana
Margarida

Anónimo disse...

Palmas Para Ti
(Paulo Roberto Gaefke)
O escritor se baseia em fatos, notícias ou fragmentos de suas observações para escrever uma história, onde mistura amor, ódio, desejo, vingança, inveja, sonhos e realizações, de gente como a gente. Assim, misturando emoções, cria a sua novela.
Assim também a Vida, a grande escritora de nossas histórias, vai escrevendo o enredo da nossa existência, através das nossas atitudes, das respostas que damos diante das dificuldades e das lutas. Das companhias que buscamos, das energias que espalhamos, do nosso verdadeiro "eu" que se manifesta livremente.
Os dramas que vivemos, às alegrias que vivificamos, os desejos que experimentamos, as decepções e até os desgostos, são frutos exclusivos da nossa maneira de interpretar o grande texto que temos em mãos, onde cada um coloca maior ou menor emoção em cada ato, pois cada actor é diferente na sua maneira de interpretar, por isso tanta diversidade no mundo e tanta igualdade no sofrer, no comemorar, no adoecer, na maneira de vivenciar as experiências pelas quais passamos.
Então, ao receber o seu texto neste dia, quando for para amar, ame muito, solte a sua emoção, libere a sua melhor porção, quando for para chorar, que seja um choro breve, enxugando às lágrimas e vislumbrando o futuro, que sempre traz novos textos, novas esperanças, para esse brilhante actor do teatro da Vida, que é você.
Nesse momento, peço para a plateia em silêncio, ficar em pé e te aplaudir com emoção, afinal, viver não é fácil, mas você merece o carinho do mundo, você é um vencedor.
Palmas para você, sempre, seja na alegria ou na dor,
Na vitória ou na queda, na certeza ou na dúvida,
No sorrir ou no chorar, na continuidade dos dias.
Ninguém melhor que você para decidir o seu próprio destino,
Interpretar a sua história, e isso você faz com dedicação,
Buscando sempre o melhor...
Sempre bem nestas tuas descrições.
Continua Cris
Um beijo
Ana Bernardo

João Celorico disse...

Olá, Cristina!

Depois dessa tão completa descrição, cumpre-me apenas dizer (eu nunca posso ficar calado) que a cruz da Ordem de Cristo, também deve ser por Salvaterra do Extremo ser comenda dessa Ordem, que a tradição local afirma ter sido este monumento inspirado no ceptro do monarca (D. Manuel I) e que o pelourinho de Salvaterra do Extremo, está classificado como Imóvel de Interesse Público (Decreto 23122, no Diário do Governo de 11/10/1933).

Abraço e tudo de bom,
João Celorico

Cristina disse...

Obrigada Margarida.
Volte quando quiser, será muito bem vinda.
Bom fim-de-semana!

Cristina disse...

Obrigada querida amiga Ana, a quem também aplaudo de pé, e merece tudo de melhor.
Amigas assim são tão raras.
Beijos.
Bom fim-de-semana!

Cristina disse...

Olá amigo João,
Não pode, nem deve ficar calado, pois assim com os seus conhecimentos, vai enriquecendo este meu pobre blog.
Um bom fim-de-semana também para si…

Anónimo disse...

http://www.slide.com/r/A_T0KsDu4T8ib6KwUr9JbkYlAFTSvqaJ?previous_view=lt_embedded_url

Para ti Cris,com carinho e pela nossa amizade.
um beijo a todos vós.
Ana

Sandra disse...

ola vim te conhecer..
APROVEITO PARA CONVIDAR A TODOS A VIM ATÉ A INTERAÇÃO DE AMIGOS
http://sandrarandrade7.blogspot.com/ E CONFERIR UM POUCO MAIS DESSE MOMENTO HISTÓRICO. VENHA VISITAR JARAGUÁ DO SUL-SC- BRASIL-
SERÁ UM GRANDE PRAZER EM TE RECEBER POR LÁ.
TEM MAIS DOIS MUSEUS QUE ESTAM LÁ POSTADO. VAMOS VISITAR??
VOU TE ESPERAR.
]CARINHOSAMENTE.
SANDRA

Anónimo disse...

Olha amiga fazendo um pouco de publicidade á minha pequenina aldeia,quando tiveres tempo visita o que te coloco aqui,ahhhh pois,porque a minha adeia também tem história!!! e qual a que não tem,nãp é???
[PDF] DE COLÉGIO DE S. FIEL A REFORMATÓRIO (SÉCULOS XIX-XX). CONTRIBUTOS ...Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat - Visualização rápida
relíquias
Beijo
Ana bernardo

Cristina disse...

Obrigada pelo convite Sandra, irei sempre que puder visitá-la.
Beijinhos.

Cristina disse...

Minha querida amiga “anónima” Ana Bernardo,
Claro que a sua terra também tem História, e por isso mesmo, porque não criar um blog dedicado à mesma, para nos ajudar a conhecê-la?
Porque não divulgar a sua terra?
É isso que nossas aldeias, vilas e cidades precisam: serem mais divulgadas.
Às vezes passamos por uma terra e nem imaginamos o que vai lá dentro de cultura, de gentes, de tradições e de tanta História…
Por isso pense nisso…
Beijinhos.