sábado, 26 de novembro de 2011

Os caminhos desta vida...

Aqui estou eu, em mais uma encruzilhada da vida, vivendo o que não esperava, e passando pelo que não contava…
Por que estrada devo seguir? Não vejo luz em nenhuma das opções…
Como seria bom, como alguém já disse, se pudéssemos contar com alguma sinalização pelos caminhos. Mas pensando bem, ela talvez até exista, nós é que não quisemos ver os sinais…
Passámos os avisos de “cuidado” a cem à hora, os avisos de “interdição”quebrámo-los todos, nos semáforos vermelhos ainda afrouxámos no decurso do amarelo, mas acabámos por passar, e tanto andámos, tantos erros cometemos, que acabámos por ser mesmo obrigados a parar no “Stop”.
Parar para reflectir: que jornada é esta que tenho feito? Existirá alguma ponte que me leve para outra margem? Uma margem mais calma, onde possa encontrar paz. Paz para a minha vida, que é o que mais preciso neste momento: paz de espírito e de coração.
Voltar atrás é impossível, pois o caminho acabou de ser cortado, num momento chamado Passado.
Para os lados também não é solução, porque talvez fosse encontrar os mesmos erros, em novos acontecimentos.
Olho para a frente e custa-me dar o primeiro passo. Se ao menos tivesse um GPS onde pudesse marcar como destino a felicidade, aí sairia a correr, mesmo não sabendo onde a estrada me iria levar. Mas não tenho GPS, e não vislumbro sinais nesta imensa encruzilhada.
Poderiam dizer-me: deixa-te guiar pelo coração. Mas desta vez não; é por causa dele que aqui me encontro…
Desta vez, por mais que custe, a cabeça terá de falar mais alto, porque até hoje sempre me provou que ela tinha sempre razão, e tu estúpido coração, que te iludes e ousas sonhar, acabas sempre por sair magoado…
Arrependida não estou, e não adianta mais chorar pelo que aconteceu e está a acontecer. Não são as lágrimas que trazem a solução, apesar de nelas encontrar algum alívio. Quando a tristeza é demasiada, quando a dor cá dentro é tão forte que quase nem conseguimos respirar, são as lágrimas que nos aliviam. E olhando para trás, vejo que a estrada por mim percorrida tem muitas lágrimas derramadas, demasiadas até. Preciso de lindos dias de Sol que evaporem tanta “água”…
E hoje foi um deles. Nesta linda tarde de Sábado, passeando à beira-mar, onde por incrível que pareça, nem uma brisa corre e o Sol nos aquece, vejo muitas das lágrimas dissiparem-se no ar.
Com uma dor imensa, pelos acontecimentos, pela distância e pelo silêncio marcada, olho o mar mais além da rebentação, e admiro a calmaria em que ele se transforma até o horizonte. Também a vida é assim. Passamos por zonas de rebentação, onde quem conseguir “surfar” passará mais depressa, para chegar à calmaria. É preciso é não nos deixarmos afogar, em toda a espuma que não nos deixa ver o caminho.
Ainda que um tsunami esteja prestes a mudar a minha vida e o seu rumo, não posso deixar-me afogar.
Olhando o horizonte, em que o mar se une ao céu, peço a Deus que me dê um sinal, de que, o que quer que me espera, eu consiga ultrapassar.

E aí, pouco tempo depois, eis o sinal: um lindíssimo pôr-do-Sol que nos maravilha e deixa sem palavras.

E por momentos, sinto-me revigorada, penso em todas as coisas boas que tenho e chego à conclusão: quando uma jornada termina, é porque Deus quer que iniciemos outra. E por mais incerto que seja o futuro, é para a frente que devemos caminhar. Mesmo que tropecemos nalgumas pedras do caminho, há que conseguir levantarmo-nos. Haja saúde para o fazer.
Olhando este céu repleto de esperança, penso que o segredo está em sermos felizes com aquilo que temos e deixarmos de aspirar aquilo que não podemos ter...
Uma boa viagem a todos, nesta acidentada, mas ao mesmo tempo, bela estrada que é a vida…
E como dizia Raul Solnado : “façam o favor de ser felizes!”, que eu, vou tentar sê-lo também…
P.S.: obrigada Ana! Obrigada pela sua amizade sincera, por me ouvir tanta vez, mesmo já tendo problemas de sobra, e por estar sempre lá para mim, quando mais preciso.
Obrigada pela companhia neste belo passeio à beira-mar.
Por vezes vale mais uma amizade sincera que um amor, é que a amizade, essa, pode durar para sempre…