terça-feira, 10 de agosto de 2010

“Chegou ao seu destino…” Parte I

“Chegou ao seu destino…” – disse a voz masculina, assim que se ligou o GPS, ainda estávamos à porta de casa… Agora pensando melhor, este foi um sinal para nem o tivéssemos ligado…
Mas a curiosidade do Tiago pelo aparelho, fez com que lá marcássemos o destino: Salvaterra do Extremo. Só que tínhamos duas opções: a N240 ou a N332. Como marcámos a opção errada, aconteceu que logo ao chegar a Castelo Branco já o GPS dizia para sairmos na 1ª saída, em Castelo Branco Industrial. Como não fizemos caso e seguimos em frente, disse-nos para sairmos na 2ª, em Hospital. Como também não fizemos caso, mais à frente, numa rotunda, em que sei que costumo sair na 2ª, o GPS disse-nos para sair na 1ª. A Ana só me dizia assim: “oh, Cristina, se calhar é melhor fazermos o que ele diz…” E eu, que já vinha baralhada, a pensar porque raio o GPS nos foi dizendo para sair em todas as saídas por que passámos, acabei por dizer-lhe, “está bem”.
E a Ana virou novamente para a A23.
Quando chegámos a Penamacor, disse-lhe: mas nós não costumamos passar aqui.
Aí já o GPS dizia: “assim que puder, faça inversão de marcha”.
Que vergonha, pensava eu… Como pude deixar que a Ana virasse onde o GPS dizia??
Quando chegámos a uma rotunda, encostámos um bocadinho à direita e perguntámos a um carro que nos ia a passar, o caminho para Salvaterra. E os moços, nem sequer sabiam onde ficava, mas ainda nos disseram: nós vamos para Alcains, se quiserem podem seguir-nos e daí se calhar já vão para Salvaterra.
Quando passam então à frente, fartámo-nos de rir as duas, pois o carro tinha matrícula francesa…
Oh, vergonha das vergonhas, eu que já lá fui tantas vezes, ter-me enganado assim, e agora íamos atrás de uns franceses…
Mas também não andaram muito, pois logo à frente havia uma brigada da PSP a mandá-los parar…
Oh que alegria a nossa, àquela hora tardia da noite, ver polícias a quem pudéssemos pedir informações. Os franceses tiveram de parar e nós que queríamos parar também, só para pedir informações, o polícia fazia-nos sinal para que continuássemos. Mas desrespeitámos a lei e parámos mesmo, pois estávamos completamente perdidas.
Então contámos-lhe a nossa aventura e como chegaríamos agora ao nosso destino… Ele retorceu o bigode, como que a pensar: como é que tendo GPS e tudo, estas mulheres vieram aqui parar, lol…
Então sugeriu-nos algo, que nos espantou às duas: “ali mais à frente, se aproveitarem bem a curva da estrada, dá para virarem para trás…”
Ele estava a sugerir que assim que entrássemos na auto-estrada fizéssemos inversão de marcha e passássemos traços contínuos e tudo…
Realmente dava para fazer isso, na escuridão da noite, viam-se bem os faróis dos carros, se algum viesse de frente, mas cometer uma infracção daquelas? E ainda por cima sugerida por um policia?
Nã! A Ana desconfiou que andassem à caça da multa, e acabou por não o fazer.
Ficámos sem saber se realmente o policia andava à caça da multa ou se estaria a ser amigo, pois ao seguir em frente acabámos por “visitar” Escalos de Cima, Oledo, Idanha-a-Nova, etc…
Enfim, uma grande volta desnecessária…
E que alegria, quando em pleno breu, avistámos no cimo do monte, Salvaterra iluminada.
Aqui já o GPS vinha calado, pois logo na Zebreira disse: “chegou ao seu destino…” lol…
E o nosso destino era mesmo mostrar Salvaterra do Extremo à Ana, que nunca lá tinha ido, e passarmos no festival da melancia do Ladoeiro. Saímos de casa Sexta-feira ao fim da tarde, e acabámos por chegar Sábado às tantas da manhã… E mesmo àquela hora o termómetro marcava 39 graus. Estava um calor insuportável. Depois foi arejar a casa, limpar a bicharada do chão, que mesmo com a casa fechada, eles conseguem sempre entrar, e deitarmo-nos, exaustas da longaaaaaaaa viagem…

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