Minha aldeia na Páscoa
É linda a valer
É a Primavera em flor
É Jesus a renascer.
São os sinos a repicar
Para todos ao adro chamar
É a procissão que vai começar
Acendem-se velas para alumiar.
Alumia-se Nª Senhora
E Sto. António com o menino
Que são pelos crentes carregados
Entoando cânticos num hino.
Todos se revezam,
Para o andor carregar.
Uns cumprem promessas
Outros pedidos fazem, a rezar.
É a fé popular
Tradição já muito antiga
Foi a salvação por Nª Senhora
Que do povo foi tão amiga.
Da praga de gafanhotos
Livrou as searas fustigadas
E desde aí o povo prometeu
Sempre fazer as mesmas caminhadas.
Também um bodo se prometeu
Fazer aos pobres, anualmente
Onde nunca faltasse fartura
O carinho, a amizade e o crente.
No recinto do bodo,
Já fervilha o caldeirão
É muita a fartura neste dia
E a ninguém faltará o pão.
Antes do piquenique começar
Lá está o Sr padre para benzer
O pão, o vinho, a carne, a sopa,
E o folar, que todos hão-de comer.
Diz meu pai, por brincadeira
Que aquele vinho a todos faz bem,
Pois é o vinho de Nª Senhora
Abençoado pelo Sr. Padre: amem!
Pois não sei se é do vinho
Ou mesmo do próprio convívio
A alegria espalha-se por todos
Num contagiante alívio.
Também vêm espanhóis para o piquenique
Pois sempre prevaleceu a amizade
Entre estes dois povos vizinhos
Que juntos festejam em fraternidade.
Este ano faltaram os foguetes
E muito triste ficou o Tiago
Pois não pôde ir apanhar a cana
Para com ela brincar no largo.
“Olha a laranjinha
Que caiu, caiu,
Do cimo do monte
Nunca mais se viu…”
Assim canta o grupinho
Que parece mais contente
E logo chega o acordeão
Que dará voz a toda a gente.
E mais uma vez sorriu
Nª Senhora esplendorosa
Por ver a devoção de um povo
Nesta festa tão amistosa.
Espero que sempre haja
Quem continue esta festa
Que se mantenha a tradição
Nesta vila tão modesta.
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,
Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.
3 comentários:
Olá Critina!
As festas da Aldeia são mesmo muito alegres. E neste caso, como está junto à fronteira, propicia o encontro, não só dos beirões, ma também dos espanhois vizinhos. É claro que nunca falta uma boa "pinga" de vinho, como dizem por aqui,muita música de concertina, para celebrar as festas religiosas, por sinal muito importantes para a aldeia.
Obrigada, por participares nesta blogagem. Uma poesia sempre fica bem aqui, entre textos em prosa.
Bjs Susana
Ps: Não te esqueças de colar o selo "vote em mim, com o respectivo link para a Aldeia da minha vida, para os teus amigos votarem em ti.
Olá Cristina!
Sou eu, o João. Espero que ainda se lembre de mim! Espero também que as suas férias tenham sido isso mesmo e que me desculpe de ainda não lhe ter agradecido tudo o que de mim tem dito. Começo a ficar, eu sim, sem palavras para agradecer a todos os que fizeram o favor de gostar do que eu fiz. A intenção primeira não era de ganhar prémio. O meu prémio estava ganho desde que olhassem e comentassem o que eu escrevi. Ora como isso não estava a acontecer, vá-se lá saber porquê, eu resolvi "atiçar o cão" e, pelos vistos, resultou. Ainda bem, sempre se falou de Salvaterra!
Desta vez não concorri, devido a falta de tempo, porque este tempo de férias não o permite e convém descansar um pouco. Talvez vá comentar. Se me dispuser a isso!
Entretanto, elaborei um texto sobre o Bodo de Salvaterra e as suas origens, que vou enviar directamente para a Susana. Utilizei a sua foto da Procissão. Espero que não leve a mal! É por uma boa causa!
Se a Susana o "postar", vê-lo-á, caso contrário eu depois envio-lho!
Ah, já me esquecia, felicidades para a sua participação, e espero que comecem a reparar em Salvaterra e no seu trabalho! A avaliar pelos comentários a adesão não tem sido grande. As férias devem ser a explicação.
Eu vou "fugir" mais uns tempos.
Um bem haja, felicidades e até sempre.
João Celorico
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