Enquanto as cegonhas, no seu ninho, treinavam as asas, muitos jovens as admiravam cá de baixo.
Este fim-de-semana foi como que se Salvaterra tivesse renascido, no meio de tanta juventude.
No Sábado à noite juntaram-se em volta do palco, muitas mais pessoas que por altura da Páscoa. Foi uma verdadeira enchente de portugueses, espanhóis e até alguns ingleses. E quem ganhou com toda esta iniciativa, foi Salvaterra, pois muitos deles manifestaram vontade de regressar a esta vila que afinal tem tanto por descobrir, e gentes tão hospitaleiras com quem partilhar experiências e trocar conhecimentos.
É de louvar todo o esforço da organização da Quercus e da Velha Gaiteira, pois correu tudo muito bem.
É de louvar todos os voluntários, que por amor a uma causa tão bonita e necessária se dedicam a estudar e a recuperar os animais selvagens do Parque do Tejo Internacional; falo do CERAS, que na sua tenda montada junto à igreja, nos deu a conhecer como é importante o seu trabalho, e que animais têm ajudado, desde 1999, a recuperar. Animais como o grifo, a cegonha negra, a águia de Bonelli, a águia cobreira, as lontras, o abutre do Egipto, certas espécies de mochos, etc…
E estão, também, de parabéns, todos os jovens que aqui afluíram, pois respeitaram as regras da organização, os habitantes da vila, e principalmente a natureza e o ambiente. Não sujaram as ruas e não provocaram desacatos. Cada um até tinha a sua caneca para matar a sede de água, sumo, chá ou cerveja.
Eles foram os primeiros a dar o exemplo de como é importante preservar o meio ambiente, e não fazer lixo desnecessário.
Em tudo participavam muito animados e sedentos de tudo conhecer. Salvaterra apenas habituada a músicas de baile, conheceu este fim-de-semana outros instrumentos musicais, que produziam sons novos e estranhos, para os ouvidos “desta terra”.
Muitos grupos musicais cujo objectivo principal era fazer com que a “música portuguesa gostasse dela própria”…
Grupos que indo às raízes da música tradicional, lhes aplicaram novas sonoridades, o que faz com que interpretem e reinventem a música tradicional portuguesa.
E assim, Salvaterra “calou” o canto das muitas espécies de aves e ouviu com atenção os concertos dados no palco pôr-do-Sol, no palco Terra e até dentro da Igreja Matriz.
Foram muitos os workshops temáticos, nas áreas do ambiente, a demonstração de slides ou cinema documental. Foi um autêntico apelo para “salvar a terra”…
Penso que nunca Salvaterra foi tão fotografada, filmada e falada, como este fim-de-semana.
Só tive pena que minha câmara de filmar resolvesse avariar, e para grande desgosto meu, não me deixou filmar a grande aventura que tive, com a qual sonhava desde menina… Mas isso, é outra história, que em breve revelarei…