Aldeia calma e silenciosa
Outrora por muitos habitada,
Assim é hoje Salvaterra
Do cimo do monte avistada.
As ruas ganhavam vida com as gentes
De coração nobre e generoso
Terra de meus antepassados
Cheia de história, a deste povo caloroso.
Ladeada por um rio
Que separa Espanha e Portugal
Ela resiste ainda hoje
E mantém-se intemporal.
Fecho os olhos e recordo
Meus avós com saudade
Que batalharam toda a vida
Para aos filhos dar comodidade.
Eram pobres mas felizes
Por muitos sacrifícios passaram
Sempre prezaram a família
E uns aos outros se amaram.
A calçada que é romana
Já por muitas gerações pisada,
Continua a servir-nos de caminho
E mantém-se inalterada.
Até as furdas resistem ao tempo
E mantêm-se imutáveis,
Feitas de xisto e granito
Hoje muitas são já inabitáveis.
Apenas o silêncio é cortado
Pelo badalar de um sino,
Que há muitos anos insiste
Em dar-nos as horas como um hino.
O rio que dá forma à rocha
Canta alegremente a canção
Da água cristalina e despoluída
De tanta roupa lavada, com sabão.
A fonte sempre a jorrar
Ainda hoje não secou,
A ela sempre vinha meu avô
Com a cântara e o burro que albardou.
Cada pedra da calçada
É testemunha de vida passada
Tanta História aqui foi escrita
Desde a espada à enxada.
Os brazões nos monumentos
São uma boa prova viva
Pois de épocas bem diferentes
São História ilustrativa.
Outrora por muitos habitada,
Assim é hoje Salvaterra
Do cimo do monte avistada.
As ruas ganhavam vida com as gentes
De coração nobre e generoso
Terra de meus antepassados
Cheia de história, a deste povo caloroso.
Ladeada por um rio
Que separa Espanha e Portugal
Ela resiste ainda hoje
E mantém-se intemporal.
Fecho os olhos e recordo
Meus avós com saudade
Que batalharam toda a vida
Para aos filhos dar comodidade.
Eram pobres mas felizes
Por muitos sacrifícios passaram
Sempre prezaram a família
E uns aos outros se amaram.
A calçada que é romana
Já por muitas gerações pisada,
Continua a servir-nos de caminho
E mantém-se inalterada.
Até as furdas resistem ao tempo
E mantêm-se imutáveis,
Feitas de xisto e granito
Hoje muitas são já inabitáveis.
Apenas o silêncio é cortado
Pelo badalar de um sino,
Que há muitos anos insiste
Em dar-nos as horas como um hino.
O rio que dá forma à rocha
Canta alegremente a canção
Da água cristalina e despoluída
De tanta roupa lavada, com sabão.
A fonte sempre a jorrar
Ainda hoje não secou,
A ela sempre vinha meu avô
Com a cântara e o burro que albardou.
Cada pedra da calçada
É testemunha de vida passada
Tanta História aqui foi escrita
Desde a espada à enxada.
Os brazões nos monumentos
São uma boa prova viva
Pois de épocas bem diferentes
São História ilustrativa.
As águias vigiam lá de cima
Em altos voos planando
Mantêm-se atentas a cada movimento
E descem a pique, alimento avistando.
Santuário protegido
De tanta espécie animal,
Também de flora guarnecido
Da natureza pura, um portal.
Os poços que cantam alegremente
Com o precioso líquido celeste
Deles já dependeu este povo
No tempo da vida agreste.
Ao andar por estas ruas
Invade-me uma estranha sensação
Parece que as mesmas ganham vida
Com quem só já vive, em meu coração…
Cristina R.
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,
Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.
Em altos voos planando
Mantêm-se atentas a cada movimento
E descem a pique, alimento avistando.
Santuário protegido
De tanta espécie animal,
Também de flora guarnecido
Da natureza pura, um portal.
Os poços que cantam alegremente
Com o precioso líquido celeste
Deles já dependeu este povo
No tempo da vida agreste.
Ao andar por estas ruas
Invade-me uma estranha sensação
Parece que as mesmas ganham vida
Com quem só já vive, em meu coração…
Cristina R.
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,
Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.
11 comentários:
Parabens por sua participacao! Seu poema em forma de narrativa me fez viajar por esse vilarejo que me pareceu quase irreal embora de alguma forma tão próximo. E me lembrou algumas cenas das pequenas cidades no Brasil.
O slide show ficou excelente amei as fotos! Parabens!
A tua postagem está um mimo! Fiquei apaixonada pela tua terra !
Obrigada poelo esforço em participar na blogagem!
O teutexto jé está postado.
Que vença o melhor!
Feliz dia de Portugal!
Bjs Susana
Minha querida colega e AMIGA como sempre perfeita e autentica nas palavras,no coração... Está muito bonito.Parece que tudo é irreal!!!! mas não... existem mesmo estas LINDAS ALDEIAS.Ainda bem que há GENTE LINDA como tu a divulgar as nossas maravilhas.
Que vença o melhor.
beijinhos
Olá Cristina!
Claro que já esperava a sua contribuição para este evento e desde já lhe envio os meus parabéns pelo seu trabalho, penso que em tempo recorde!
Não entrei nisto porque não domino as técnicas da "alta informática" e já tarde me apercebi. Porém lá venho eu aproveitar a boleia, mais uma vez, e igualmente em tempo recorde, apresentar o meu modesto contributo. Assim, aqui vai ele:
A ALDEIA DA MINHA VIDA
Plantada em alto monte,
donde a vista é tamanha,
olhando bem, defronte,
se vêm terras de Espanha.
Orgulhosa do seu passado,
heróica diligente e altaneira,
sua função, cá deste lado
manter ,de Portugal, a fronteira.
E o Erges que, antigamente,
fazia aos dois povos negaça,
é quem, no presente,
os une e os abraça.
Quem chega tem, à entrada,
como surpresa primeira,
a nossa “volta da estrada”,
a subir, numa ladeira.
E, caminhando pela estrada,
tem, do lado direito, o Cruzeiro
desta terra abençoada,
abençoando o forasteiro.
Por fim, quem diria,
qual pintura num quadro,
a Igreja de Santa Maria,
altiva enchendo o Adro.
D. Sancho, o segundo,
lhe deu foral, o primeiro
e Salvaterra entrou no Mundo
para um lugar cimeiro.
O rei aos Templários a cedeu
para que dela cuidassem,
cobrassem algum de seu
e também a povoassem.
Mas a Ordem do Templo
não soube, não pôde ou não quis
e, para servir de exemplo,
lha retirou D. Dinis.
Tem uma Igreja Matriz,
tão vetusta e altaneira
que, Deus assim o quis,
fosse a Imaculada a padroeira.
Tem, Santa Luzia e Santo António,
mais a Igreja da Misericórdia,
para afastar o Demónio
e o povo ter concórdia.
Mais abaixo, na Deveza,
a Senhora da Consolação,
onde o povo canta e reza,
espalhando sua devoção.
Devoção antiga é essa
a que acorre o povo todo!
Assim se cumpre a promessa
e se serve um lauto Bodo!
São sempre mais de mil
que da Santa honram o nome
e onde até, na Guerra Civil,
muito espanhol matou a fome.
O Pelourinho na Praça,
símbolo perfeito e fiel,
representa, para quem passa,
o foral de D. Manuel.
Tem o Calvário e o Cruzeiro,
pedra dura, trabalhada,
junto ao cemitério, o primeiro
e o outro, logo à entrada.
É assim a minha aldeia,
apesar de vila ser,
em cada pedra uma ideia
que a não deixa morrer.
Para esta resenha ter fim,
desde o Algarve a Caminha,
tenho que, cá para mim,
a melhor terra é a minha!
Haverá terra maior
ou alguma mais na berra
mas para mim, sem favor,
a melhor é Salvaterra!
Espero que não deslustre, mas cada um diz o que sente.
Felicidades,bons feriados e boa sorte para o seu trabalho sobre Salvaterra que, oxalá, muitos gostem, como nós!
João Celorico
Olá Mírian,
Obrigada pelo comentário. O seu texto também está muito bem. Eu ainda não decidi a quem vou dar meu voto, pois todos os textos estão fantásticos, pelo menos os que li até agora, e por isso é difícil escolher. Mas considero que todos somos já vencedores, pelo esforço, dedicação e a alma que pusemos nas palavras, para divulgar a nossa terra...
É bom ver o nosso país a ser divulgado do outro lado de lá do Atlântico.
Gostei do seu blog, vou aparecer por lá mais vezes.
Beijo,
Cristina.
Olá Susana,
Apenas tentei expressar por palavras o encanto e magia da aldeia (que é vila).
Mas garanto que não há palavras suficientes para o expressar, pois ao vivo deslumbra qualquer um que por lá passe, e que fica a desejar sempre lá voltar...
E a Susana é que está de parabéns, pois a iniciativa foi um sucesso, e assim ficamos a conhecer outras terras, outras gentes...
Já agora deixo uma sugestão: o vencedor ganhará um fim-de-semana em Monsanto (que aliás já conheço e é lindíssimo), mas porque não dar a todos os participantes um selo especialmente concebido sobre o evento, para colocarem no seu blog?
Eu já ficaria muito contente só com o selo.
Obrigada!
Continuação de bom trabalho.
Beijo,
Cristina
Querida amiga Ana,
Obrigada pelo elogio e comentário. Foi mesmo tudo feito "em cima do joelho", como sabe.
De facto foi uma bonita iniciativa esta, para o "Dia de Portugal", pois temos aldeias lindas, cheias de História e que vale a pena partir à sua descoberta. Mas a Ana também o sabe, pois também é uma beirã, que muito teria a contar de sua terra.
Bem haja pelas palavras e principalmente pela amizade sincera, que sempre sei que tenho da sua parte.
Um beijo enorme e bom feriado...
Caro amigo João, fiquei sem palavras.
Que pena não ter concorrido, pois quem votaria no seu texto era eu. Está magnífico! Parabéns!
E quanto a este passatempo, encarei-o mais como uma forma de divulgar a nossa linda e histórica vila, que tal como alguém já escreveu: "não se passa, vai-se"... E vale bem a pena a viagem...
Foi mesmo um passatempo relâmpago, que nem deu para procurar os Cd's que tenho, com fotos mais bonitas que as que postei no slide. Mas é assim mesmo a minha vida: uma correria e falta de tempo para realizar todas as ideias e projectos em mente.
Obrigada pelo seu comentário, e obrigada à Susana pela bonita iniciativa que teve, pois para quê ir para o estrangeiro ver coisas bonitas, se temos em nós tanta História e coisas ainda mais bonitas que merecem ser descobertas...
Bom feriado e continue assim sempre inspirado...
Olá Cristina!
Obrigado pelo seu comentário, mas a última coisa que eu pretendia era deixá-la sem palavras! Depois, o que havia de ser do blog sem os seus bem concebidos textos?
Pois bem, eu não podia ficar calado e lá fui colocar o meu comentário na "Aldeia da minha vida"! Comentário um bocadinho irreverente mas é como eu gosto nestas coisas. É pelo divertimento, para aumentar o conhecimento do que é nosso e pelo prazer de escrever. Se alguma coisa vier por acréscimo, tanto melhor mas, não deve ser obsessão! Espero que não me levem a mal por isso. Por acaso o prémio (que, claro, sempre esteve fora de causa) até talvez me possibilitasse o conhecimento dumas raízesitas que para ali tenho, por parte de minha avó materna. Conheço a terra, minimamente, mas nunca fiz nenhuma busca.
É tudo.
Felicidades e até breve
João Celorico
Caro amigo João,
Agradeço o voto dado ao meu texto, bem como todos aqueles que votaram em mim, mas quando fiz apelo ao voto, colocando o site no meu blog, para visitarem e votarem, não era para votarem em mim, que até já conheço Monsanto e daria a minha vez a quem ainda não conheça; era principalmente para ficarem a conhecer mais aldeias bonitas e “esquecidas”, algumas até perdidas no tempo, espalhadas pelo nosso Portugal, através dos textos fantásticos e bonitas imagens lá postadas.
Mas obrigada à mesma pelo voto, e pela forma de votar que está muito gira. Claro que não levei a mal pelo comentário que diz ser irreverente, o que não acho. Cada um é livre de se expressar como bem entende, e ninguém tem de levar a mal por isso, desde que não se ofenda…
Por isso não se preocupe, pois esteve bem como sempre e com mais um texto fantástico. Continue sempre assim.
Bem haja pelo voto e comentários.
Até sempre!
Cristina
As janelas da vida estão abertas para amores,
decepções, para pessoas que não sabemos se são certas...
Certas na hora de amar...
Compreensivas na hora de ajudar...
Sinceras na hora de conversar...
Verdadeiras na hora de desejar...
Aconchegantes como as noites de luar...
Firmes como o chão que queremos pisar...
Sensíveis como a melodia que insiste em nos tocar...
Inconstantes na hora de caminhar...
Como saberemos então se as pessoas que encontramos
são certas ou erradas?
Nunca saberemos...
O essencial é Amar!
UM FINAL DE SEMANA LINDOOOOOO
AMIGOS como tu há poucos.
Ana Bernardo
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