Esta é a minha forma de agradecer a gentileza do amigo João, colocando-lhe os seus versos aqui na frente do blog, para que “salte” logo à vista de quem por aqui passa…
Mais uma vez, um muito obrigada por eles.
Bem haja!
VIAGEM A SALVATERRA
Mais uma vez, um muito obrigada por eles.
Bem haja!
VIAGEM A SALVATERRA
Embrulhos e mala, de cartão,
(era o que estava na berra),
metemos dentro o coração
e vamos direitos a Salvaterra.
Na estação do Rossio,
entrámos para a carruagem.
Dos meus pais e meu tio
beijinhos e boa viagem!
O comboio lá partiu,
resfolgando, a vapor,
e até o Sol p'ra nós se riu.
O dia ia ser de calor!
Olha! Como é lindo o Tejo!
Além o campo! Além a serra!
Cumpria-se o meu desejo
a caminho de Salvaterra!
O comboio, a correr,
pouca terra, pouca terra,
parecia querer dizer,
Salvaterra, Salvaterra!
As terras p'ra trás ficando
pouca terra, pouca terra,
e nós, por dentro, pensando,
Salvaterra, Salvaterra!
Parámos no Entroncamento,
pouca terra, pouca terra,
e lá estava o pensamento,
Salvaterra, Salvaterra!
O Tejo e as margens, de xisto,
pouca terra, pouca terra,
que de espanto eu não resisto,
Salvaterra, Salvaterra!
Até a água fresca, em Belver,
pouca terra, pouca terra,
parecia continuar a dizer,
Salvaterra, Salvaterra!
Bilhas de barro, de Nisa,
pouca terra, pouca terra,
e nós, já em camisa,
Salvaterra, Salvaterra!
Castelo Branco! A paragem!
O primeiro acto encerra!
Já está metade da viagem!
Salvaterra, Salvaterra!
Mais de 2 horas de espera,
ao calor, feito um pateta.
Não havia sombra. Pudera!
Até aparecer a camioneta.
Na camioneta, modelo antigo,
pachorrenta, bem ronceira,
sinto já o calor amigo
das gentes, como eu, da Beira!
Parámos na Idanha (não a Velha)
e seguimos à Senhora da Graça,
que Boa Viagem aconselha
a todo o que por lá passa.
O calor continuava
e a camioneta, ronceira,
embalando nos levava
a caminho da Zebreira.
Ao "leque" chegados
antes de a Segura ir,
aqueles, os mais avisados,
resolvem ali sair.
E a camioneta, estilo ronceiro,
de modelo tão peculiar,
transforma tudo em padeiro,
sem farinha para amassar!
Mas já nada nos fazia "mossa",
tal a ânsia de chegar à terra,
porque até mesmo de carroça,
nós íamos a Salvaterra!
Uma vez ao adro chegados,
não sentimos mais calor.
Agora, à família abraçados,
sentimos sim, só Amor!
E pelo que sinto, cá no fundo,
já que estou na minha terra,
vou gritar a todo o Mundo,
Salvaterra, Salvaterra!
Autor: João Celorico
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