domingo, 22 de janeiro de 2012

Vai um abraço????

Este fim-de-semana, após descermos do autocarro em Fátima, fomos recebidos por um grupo de jovens com cartazes a anunciar que se davam abraços.
Quando alguém nos dá alguma coisa, ainda por cima alguém que não conhecemos de lado algum, já nos dá motivos para suspeitarmos, mas quando esse mesmo alguém nos oferece abraços, ficamos mesmo com um pé atrás.
No entanto, quando pensamos que estamos em Fátima, solo sagrado, e olhamos para a pessoa, um completo estranho, que nos recebe de braços abertos e um sorriso largo e bonito, não conseguimos seguir indiferentes e retribuímos o gesto com surpresa mas muito agrado.
E de repente somos contagiados com uma imensa alegria, num abraço nada esquivo. Um abraço tão apertado e demorado que parece que são aqueles jovens que estão tão necessitados de um abraço, mas não, pelo contrário, descobrimos que somos nós.
Eu é que precisava daquele abraço. Mesmo vindo de um estranho, que importa? Só sei que me soube tão bem. Por momentos esqueci o nó na garganta e o coração apertado que levava, e senti-me grata por me ter sido oferecido um gesto tão bonito.
Como é que um gesto tão simples, se pôde tornar tão grandioso, e fazer a diferença no meu dia? Talvez, por hoje em dia um abraço ser coisa “desusada”. As pessoas já mal se tocam, e expressar as suas emoções em público, menos ainda. O ser humano está a tornar-se cada vez mais num robô: um boneco andante, sem emoções, cada vez mais individualista e egoísta.
Há sentimentos aos quais já ninguém dá valor, e gestos que já poucos ousam fazer. Cada vez detesto mais o mundo em que vivo…
Talvez por isso, estes abraços não me saíram mais da cabeça durante o resto do fim-de-semana. Parecia que levava colados a mim os braços que me abraçaram. Parecia que levava comigo um pouco da felicidade com que me receberam. E assim, o meu dia tornou-se bem mais bonito. E eu só pensava: que pena que as pessoas não saiam pelo Mundo inteiro a distribuir abraços.
Há por aí tanta gente sedenta de um simples gesto como este, principalmente: mendigos, crianças abandonadas, pessoas doentes, jovens rebeldes, etc…
A mim soube-me bem e adorei a iniciativa. Tanto adorei que perguntei a alguns se podia tirar uma foto, pois nunca tinha assistido a um gesto tão bonito.
Agora digam-me lá vocês: conseguiriam resistir a este pedido, com estes sorrisos, e os braços esticados na vossa direcção a perguntar: "vai um abracinho?"

Por incrível que pareça, houve pessoas que passaram ao lado indiferentes, mas esses, talvez sejam demasiado orgulhosos para admitir que também precisam de um abraço… Coitados dos pobres de espírito; ainda assim, será também deles o reino dos céus…

Paz no Mundo!
E já agora: vai um abraço???

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Portugal descoberto por espanhóis...

Deixo-vos um video espectacular que a TVE fez sobre o nosso país.

Que lindo é Portugal, de Norte a Sul. E ainda manda o nosso ministro emigrar... Como se houvesse país mais bonito que o nosso. Podemos não ter as melhores condições, mas não há "cantinho à beira mar plantado", como o nosso...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

“Viagem ao centro de minha terra..."

“Viagem ao centro de minha terra” estreou na passada Sexta-feira, na RTP 1, por volta das 21 horas.
A viagem começou no Concelho de Idanha-a-Nova, e devo dizer-vos que este é um dos programas que vale a pena ver. Apesar de ter achado que muito tinha ficado por dizer e mostrar, principalmente muitas freguesias por revelar (incluindo Salvaterra, claro), mesmo assim, adorei este programa que nos revela muitas verdades escondidas no interior “perdido” do nosso país…
Começámos por subir acima ao castelo, onde lá ao longe se vê Espanha; dêmos um abraço a Monsanto e o coração à Idanha…
Com o Sr António Santos, visitámos o castelo de Idanha, construído no último quartel do século XII, pela Ordem dos Templários. Do cimo do castelo temos uma bela panorâmica por toda a campina de Idanha. Disse o Sr António, que nestas terras tudo se dá: laranjas, pêssegos, etc… Pena que esteja tão mal aproveitada.
Daí fomos para Alcafozes, onde ficámos a conhecer a Íris Abas, uma senhora adorável de 52 anos, natural da Suiça, que fala com os seus animais com um carinho especial.
Sempre acompanhada da sua burrica, ela fez questão de mencionar que ao comprar, preferiu uma burra, pois está bem ciente da extinção deste animal, que sempre foi o meio de transporte dos locais…
Em Idanha ela concretizou o seu sonho que era poder comprar um terreno para poder ter cabras, galinhas, um cavalo… Criou os três filhos no campo e ensinou-os a viver. Dizia ela: “fundamentalmente vivendo é que tu sabes sobreviver, porque antigamente não havia muita escola, e hoje em dia dizem que éramos ignorantes na altura, mas não. Éramos é muito mais inteligentes que as crianças de hoje, ao aprendermos desde pequeninos por ex., a acender o lume, a ordenhar uma cabra, entre outras coisas… Aprendiamos desde pequeninos o que era a vida…”
Íris deixou-nos entrar em sua casa. Mostrou-nos a picota, um sistema de contrapeso árabe muito antigo, que serve para tirar a água do poço.
Ela cultiva favas, alfaces, batatas, cenouras, alhos, etc… Bebe leite da cabra e faz os seus próprios queijos; enfim, sobrevive do que cultiva e faz.
De Alcafozes fomos a Penha Garcia, o paraíso da escalada de muitos adeptos.
Vimos os antigos moinhos do Geoparque, e com o Sr Domingos Rodrigues (que tive o prazer de conhecer no Verão passado) entrámos num deles e vimos como funciona a moagem do trigo ou centeio. No interior destas simples “casinhas” e moinhos espalhados pelo Geoparque, encontram-se autênticas testemunhas vivas de um passado distante, e como é importante preservar o nosso património…
Fizemos a rota dos fósseis, tendo Penha Garcia sido reconhecida pela UNESCO, pelo vasto espólio de fósseis encontrados e preservados.
De volta à Idanha entrámos no Solar do Marquês da Graciosa, de 1458, onde vive uma família de descendentes com 3 filhos, nada entediados pela vida no campo.
Assistimos à Procissão dos Passos e à Encomendação das Almas, que se celebra na Quaresma.
Um chefe de cozinha que trabalha num hotel nas Termas e vive em Idanha, deixou o seu testemunho de que aquilo que sonhou para os seus 50 anos, está a consegui-lo aos 30, com a qualidade de vida que tem e que conseguiu dar aos filhos…
Visitámos e vimos como funciona a Central Eléctrica da barragem Marechal Carmona, em Idanha…
Subimos ao posto de vigia dos bombeiros voluntários de Idanha…
Fomos à aldeia mais portuguesa de Portugal: Monsanto…
Em Proença-a-Velha, o Sr José Relvas, um artesão, curtidor de peles, mostrou-nos como se faz um adufe.
De volta a Alcafozes subimos ao campanário da igreja com o Ti Domingos, o guarda da torre sineira. Este velhinho adorável, que começou a tocar o sino ainda em criança, contou-nos emocionado as suas histórias, e lamentou-se que “hoje em dia, esta canalha já ninguém se interessa, ninguém quer estes serviços…”
Nas Termas de Monfortinho demos uma volta de bicicleta e sentimos o aroma do poejo à beira rio, e o rosmaninho nos campos…
Um programa que nos mostrou que as pessoas do campo têm muito melhor qualidade de vida que aqueles que vivem nas cidades. Nestas terras, onde todos se conhecem e entre ajudam, e não lhes falta nada…
Quanto a vocês não sei, mas eu não vou perder o 2º episódio…